13 de novembro de 2010

A história do jornal impresso, no mundo, no Brasil, no Mato Grosso do Sul e em Dourados.

1. O Surgimento do Papel
Antes do surgimento do papel os egípcios já usavam um material parecido com o papel chamado Papiro, que era uma planta que após um processo virava uma espécie de folha. Alem do papiro também era usado como papel o Pergaminho, que era couro tratado para receber a escrita.
O papel é original da China, porém não se sabe quem ao certo o inventou. Tsa-Loun, em 105 d.C., dizem que foi o inventor do papel, mas, há indícios de que havia papel antes dele. No inicio na China o papel era usado como cortina e era usado tecido como papel, até depois que foi invertido para como é hoje.
Tempo depois o comércio do papel começou a crescer na região próxima a China, mas sua fabricação demorou mais a chegar aos outros países.
No século VIII foi montada a primeira fabrica de papel no Uzbequistão e isso porque depois de uma guerra os árabes, que tinha ganhado, levaram alguns chineses de reféns e dentre eles haviam alguns papeleiros que os ensinaram a fabricar o papel. E isso fez com que o comércio do papel se estendesse pelo território islâmico.
Cerca de um milênio e meio demorou para o papel chegar a Europa, porém, não se sabe ao certo onde e nem quando ele chegou. 

2. Tipografia
A palavra Tipografia é uma junção de duas palavras gregas que são tipo que significa tipo e grafo que quer dizer escrevo, registro. Então tipografia quer dizer Técnica de escrever com tipos.
Por volta de 1450 a impressão foi inventada por Johan Gutenberg, mas, em alguns países como a China e Japão a impressão já era praticada através de carimbos. A impressão começa a se espalhar pela Europa, em alguns países o processo é mais lento.
Tempo depois foi feita prensas de madeira, em que se esculpia o que era para ser impresso e depois jogava fora o molde quanto à impressão estava finalizada. A invenção da matriz metálica permitiu um desenvolvimento maior da impressão, por permitir um numero maior de linguagens gráficas.
A tipografia passou por muitas mudanças até chegar a uma matriz que fosse mais prática, que pudesse fazer varias tipos de textos em uma mesma forma.

2.1 Cartas
Um dos elementos que ajudou na criação do jornal impresso foi às cartas. Elas surgiram para ser um meio de comunicação entre as pessoas e um meio de saberem das noticias de outras cidades. Os artistas intelectuais usaram o correio como forma de saberem sobre a evolução da arte.
Os chefes de correio da época não eram muito confiáveis por abrirem as cartas, isso era uma cultura que passava de pai para filho, de outro para saber o que havia nelas e depois lacrarem como se nunca tivesse sido aberta.
Antes de virem os jornais, as cartas que eram o meio de noticias das pessoas, era costume circular a noticia da carta de boca em boca e até serem lidas em praça pública. Com isso surgiu a gazeta manuscrita que era a junção do conteúdo das cartas em uma única folha.

3. Jornal impresso no mundo

Não se sabe ao certo qual foi o primeiro jornal impresso no mundo, pois existem divergências sobre o que se deva entender por um jornal.
Alguns pesquisadores afirmam que o primeiro jornal impresso seria o semanário “Noviny poradné celého mesice léta 1597”, editado em Praga por Daniel Sedltchansky. Para outros seria o “Niewe Tijdinhen”, criado na Antuérpia, Bélgica, por Abraão Verhoeven em 1605.
Wally Hastings diz que “Mercurius Gallobelgicus” feito na Colônia em 1592 foi o primeiro periódico impresso. Já Carolina Galassi afirma que teria sido o francês “La gazette“, de 1631.
Recentes descobertas afirmam que o primeiro jornal teria aparecido em 1605, na cidade de Estraburgo, com o nome de “Relation”.
Relation foi descoberto por museólogos e foi reconhecido pelo Museu de Gutemberg. Segundo pesquisadores, o editor do Relation era Johann Carolus, que começou escrevendo à mão folhas de noticias enviadas por colaboradores pagos por ele. Em 1604, comprou uma prensas usada de uma viúva de um impressor. Um ano depois surgia assim o jornalismo impresso com suas características básicas atuais: atualidade, periodicidade e reprodução em cópias.
Enfim, encetado o rumo, o jornal impresso ganhou o mundo e introduziu-se em outros lugares: Inglaterra (1622), Itália (1597), Florença (1636), Roma (1640), Gênova (1642), França (1631).
Na América, o primeiro jornal coube às Colônias Britânicas; na América espanhola lidera em antiguidade a “Gaceta de México” (1722); na américa portuguesa o jornalismo só teria inicio em 1808.
Os jornais mais antigos ainda em circulação são: Post och Inrikes Tidningar (Suécia, 1645), Haarlems Dagblad (Holanda, 1656), La Gazetta di Mantova (Itália, 1664), The London Gazette (Reino Unido, 1665) e Wiener Zeitung (Áustria, 1703).
Atualmente os países com maior circulação diária são os Estados Unidos, a União Soviética e o Japão.
4. Jornal impresso no Brasil

O primeiro jornal impresso no Brasil foi publicado por volta de 1808 no Rio de Janeiro com a chegada da corte real português. A família Real tinha grande influência nas noticias publicadas no jornal Gazeta, na época a imprensa era totalmente censurada, assim fazendo que seus leitores acreditassem em tudo que fosse divulgado a favor da corte real. Também a relatos que foi lançado em Londres, o jornal “Correio Brasilense”, antes de ser publicado o jornal gazeta. Este jornal foi trazido clandestinamente para as terras brasileiras, sendo o primeiro a circular, sua ideologia era mostrar a realidade sobre os maus governantes para seus leitores. Totalmente ao contrario do jornal gazeta, pois suas intenções eram camuflar a realidade.
Nos dias de hoje, o jornal impresso cresceu 5% no Brasil de acordo com as estatísticas, porém ele sempre vem passando por algumas dificuldades, isso desde o seu surgimento, pois a outros meios de as notícias serem divulgadas, e com acesso mais rápido, assim como a rádio e a televisão que hoje em dia é uns dos meios de comunicação que abrange todas as classes sócias. A internet também é um meio em que a comunicação usa para divulgar suas notícias, porém ainda, não é um meio em que atinge de uma forma geral todas as classes sociais, já o jornal impresso é acessível para todos os níveis sociais.
Sempre, ouvimos falar sobre o desaparecimento do jornal impresso, porém muitos acreditam que é muito difícil que ele desapareça, pois seria menos um meio de que as notícias seriam divulgadas, de maneira que não chegaria ao conhecimento de todos. Certamente com tantos meios que a mídia encontra para divulgar suas noticias, o jornal impresso terá algumas modificações, como podemos constatar eles estão trazendo material diferenciado e sempre tentando atender a diversidade de seus consumidores.

5. Jornal Impresso no Mato Grosso do Sul
A partir da década de 70 no estado do Mato Grosso do Sul começa a surgir os meios de comunicação como: jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão. Isso tudo em decorrência do crescimento populacional no território, que foi dividido pelo presidente Ernesto Geisel assina o Decreto-Lei 31 que criou o estado com 55 municípios, divido em 11 de outubro de 1977.
A concentração maior de empresas jornalísticas na época, era na capital Campo Grande que possuía uma população de 200 mil habitantes. Nessa época, existiam jornais impressos em alguns municípios do estado, mas a maior concentração de empresas jornalísticas encontrava-se em Campo Grande, os dois jornais diários eram: Correio do Estado e Diário da Serra.
O primeiro jornal impresso criado no estado foi o jornal O Progresso, fundando em 1920 na cidade de Ponta Porã pelo advogado e jornalista José Passos Rangel Torres. O jornal era publicado quinzenalmente, seu primeiro exemplar foi lançado em 22 de fevereiro de 1920.
Em 1930, dez anos após sua criação o jornal foi obrigado a fechar as suas portas, segundo informações, a família foi ameaçada por políticos da região, e Rangel Torres resolveu parar com as publicações para proteger seus filhos.
.Weimar Torres, filho de José Passos Rangel Torres, reabriu o jornal O progresso em 21 de abril de 1951, na cidade de Dourados. Weimar nasceu na cidade de Ponta Porã em 1922, desejava ser advogado como o pai, em busca do seu sonho foi para o Rio de Janeiro e formou-se em Direito, na faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Em 1948, Weimar Torres torna-se o primeiro advogado da cidade de Dourados-MS.
O jornal O progresso era semanário com circulação aos sábados e colaborou muito para o desenvolvimento da cidade de Dourados. As noticias eram sobre os acontecimentos e eventos realizados na cidade, as fotografias só foram publicadas a partir do ano de 1954. Tornou-se um jornal diário a partir de 1976, e em 1976 foi implantada a impressão colorida.
Hoje o jornal O progresso é comandado por três mulheres, Adiles do Amaral Torres, diretora-presidente; June Ângela do Amaral Torres Oliveira, diretora- executiva e Blanche Maria Torres, diretora-superintendente. June e Blanche são filhas de Weimar Torres.
A seguir alguns do principais jornais do Mato Grosso do Sul: são jornais de Campo Grande: A Critica, A Tribuna, Correio do Estado, Folha do Povo, Jornal de Domingo, Jornal O Mercado, Popular, O Estado de MS; jornal de Aparecida do Taboado: Jornal do Bolsão; jornais de Aquidauana: Noticias do Estado e O Pantaneiro; Jornal de Camapuã: Ultima Hora; jornal de Corumbá: Correio de Corumbá; jornais de Dourados: Diário MS e O Progresso; Jornal de Jardim: Tribuna Popular; jornal de Mundo Novo: Jornal o Liberal; jornal de Ponta Porá: Jornal da Praça; jornal de Rio Brilhante: Jornal de Rio Brilhante; jornais de Três Lagoas:Hoje Ms e Jornal do Povo.

6. História do Jornal impresso em Dourados

O primeiro jornal que circulou em Dourados, foi em 1926, chamava-se “JANDAIA”, seu responsável era Arnulfo Fioravant. Era impresso em Campo Grande, porém teve vida curtíssima porque logo nas primeiras edições um leitor não gostou de um artigo, e fez um escândalo.
O segundo jornal foi “O DOURADENSE”, em maio de 1948, sob a direção de Armando Carmelo. Era também impresso em Campo Grande, mas não tinha muita regularidade, sua ultima edição circulou em 1950.

O Progresso
Em 21 de abril de 1951, os douradenses ganham o primeiro jornal impresso em Dourados, “O PROGRESSO”, sob a direção de Weimar Torres. A instalação da tipografia, pertencente à Naurestides Brandão, se deu graças a um auxilio da prefeitura de CR$ 8.000,00.
Despertando no povo o início de um novo tempo de mudanças. Que em sua primeira edição traz a manchete que em breve teria energia elétrica e uma emissora de rádio.

“Até o surgimento de O PROGRESSO o povo da época praticamente desconhecia a boa perspectiva de transformações. Muitos também não tinham conhecimento da potencialidade que Dourados poderia representar no futuro, pois até então não haviam publicações desta visão da capacidade de crescimento da cidade, por falta de um veiculo de comunicação.
Na linguagem da época, dentro das previsões lógicas O PROGRESSO tira Dourados da condição de uma tímida e pouco explorada cidade, elevando-a para um dos principais municípios do então Estado de Mato Grosso. ‘De uma terra inexpressiva e esquecida, passa Dourados a ser uma das regiões mais famosas da Pátria. Gente de toda parte se instala no município para explorar suas magníficas matas. Mais de 400 pessoas chegadas depois do recenseamento, grande vendas de terra, cinema, luz elétrica, linha de aviões diários, loteamento em massa, mais e mais casas de comercio, valorização acelerada dos imóveis, cafezais, produção imensa de algodão e cereais, instalação de grandes serrarias: um instantâneo poliformico de uma realidade, havia aqui, há alguns anos, poucos moradores dedicados exclusivamente a criação de gado e a exploração da erva mate nativa. As grandes matas de perobais e outras madeiras de lei eram desprezadas e inúteis.’, diz trecho do texto” (CORDEIRO, 2005, p.02)

Weimar vítima de um acidente aéreo morre em 14 de setembro de 1969, deixando viúva Adiles do Amaral Torres, que hoje é diretora de O Progresso.

Em 1953, circulou em Dourados o semanário esportivo e noticioso, “A CIDADE”, que desapareceu pouco tempo depois, era impresso na cidade, na tipografia de Demosthenes Palieraqui.
Em 1955, circulou o “JORNAL DE DOURADOS”, sob a direção de D’ Almeida e João Augusto Capilé Junior. Era impresso em Campo Grande, pertencente a uma cadeia que se organizava no estado, porem não atingiu a terceira edição.
Entre 1955 e 1956, “A VOZ DO SUL”, órgão da União Democrática Nacional foi distribuído em Dourados.
Em 1955, “A LUTA”, dirigido pelo deputado Wison Dias de Pinho, apareceu durante a campanha eleitoral para o governo do estado.
Em janeiro de 1958, surgiu o “JORNAL DE DOURADOS”, sob a administração de Antonio Tonanni e José Floriano de Freitas. Impresso com regularidade, na gráfica N. S. Aparecida.
Em 1960, Dourados tinha dois pequenos órgãos “A VOZ DA JUVENTUDE”, órgãos dos alunos do Ginásio Estadual Presidente Vargas e o Boletim do Lion’s Clube.
O Jornal “O ROLO”, foi criado em novembro de 1959, tentando inovar a imprensa com os jornais enrolados imitando os papiros antigos.
A “GAZETA DO SUL” teve seu primeiro numero em vinte de dezembro de 1965.
Entre as décadas de 1970 até o final da de 1980, existiram vários jornais em Dourados, porem não se sabe ao certo quando pararam de circular, entre eles: “TRIBUNA DO POVO” criado em 1970; o “JORNAL DA PRAÇA” de 1978 e “O PANORAMA” em 19 de agosto de 1979.
Em 1978, o jornal “CORREIO DO ESTADO”, instala sua sucursal em Dourados, pois já tinha desde 1976, seu correspondente na cidade, Cícero Faria. É distribuído até hoje.

Diário MS
O jornal Diário MS, teve sua primeira edição circulada em 15 de setembro de 1993, com o nome de Diário do Povo. Mas antes disso teve três semanários, Panfleto, Jornal do Vale e Zangão.
Em 13 de dezembro de 2000, por causa de uma “marca” homônima em Campinas (SP), é veiculado pela primeira vez ao publico o “Diário MS”, nome criado pelo diretor Vitoriano Carbonera, assim dando a dimensão abrangente de grande parte do estado, 80%.
 Em 20 de dezembro de 2000, foram inauguradas as instalações e seu parque gráfico, em novo endereço. E em 2008, o jornal passa a produzir sob nova direção, Sandro Ricardo Barbara e Alfredo Barbara Neto.

Há um jornal criado em 2006 pelos indígenas, AJINDO; também o da UFGD(Universidade Federal da Grande Dourados), 2005, e outros veiculados a públicos específicos.
Em Dourados ainda circulam, o semanário “GAZETA POPULAR”, sem periodicidade, e em agosto de 2005, voltou a circular o “FOLHA DE DOURADOS”.


Referências Bibliográficas

Costella, Antonio F. COMUNICAÇÃO: DO GRITO AO SATÉLITE, Campos do Jordão, SP : Editora Mantiqueira, 2002, 5 ed.

MOREIRA, Basílico. História do Jornalismo em Dourados. In: MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória Fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS, 1990.     p. 116.

MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória Fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS, 1990. p. 117 – 119.

CORDEIRO, César. 1951: Jornal anunciou em cobrou progresso. O PROGRESSO, Dourados, 21/04. 2005. Caderno Especial de Aniversário. p. 02.

XAVIER, Cláudio. O início de tudo. DIÁRIO MS, Dourados, 15/09. 2005. Caderno Especial de 15 de setembro de 2005. p. 01.

BARBARA NETO, Alfredo. O Progresso defende união. DIÁRIO MS, Dourados, 15/09. 2005. Caderno Especial de 15 de setembro de 2005. p.03.

Acervo do museu histórico de Dourados

IMPRENSA, Buraco da. O Surgimento do Jornalismo Impresso. Disponível em: <www.facom.ufba.br/com112_2001_2/buracodaimprensa/subhistimp.htm>. Acesso em: 26 de março de 2009



Trabalho realizado por: 

Daniele Niki
Eduarda Rosa
Filipi Prado
Letícia Valdez
Núrian de Oliveira


2 comentários:

Unknown disse...

TLUFA NãO

Unknown disse...

tles

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