13 de novembro de 2010

Cultura Material

Desde suas origens, os homens vem criando outros ambientes com os materiais disponíveis a sua volta. Ele não só se adapta a esses ambientes, mas também os modifica.
De acordo com o livro Antropologia: uma introdução de Maria de Andrade Marconi, cultura material são as coisas que o homem cria, são os bens transformados de matéria bruta a um objeto, que são utilizadas pelas pessoas.
Cada povo, assim como sua cultura, tem sua própria cultura material. Eles determinam o que o que é importante, para quê é importante, a relação que isso tem haver com a sociedade e os avanços tecnológicos por eles feito.
Para Keesing, cultura material se resume no comportamento de uma pessoa em relação às coisas criadas por outras. o desejo de se obter bens artificiais.

Habitações

No começo dos tempos, lá na época de nossos ancestrais, eles já viam certa necessidade de proteção. De se proteger do frio, da chuva, da neve, do sol e de outros predadores.
As habitações variavam em diversos aspectos, dependendo da época e do lugar em que foram habitadas. Dependia também do que o ser humano seria capaz de encontrar ao seu redor para conseguir transformar em casa, além é claro do clima.
Diversos materiais eram utilizados, como pedras, cascas de árvores, galhos, ossos, gelo, barro, entre outros.
Elas se diferenciavam também dependendo das pessoas que as utilizavam, se eram nômades não necessitavam de um abrigo muito confortável, pois logo estariam de partida, mas se eram sedentários, eles buscavam o máximo de conforto possível.
Alguns dos principais tipos de habitações são:

Cavernas


            Desde Pré-história, a necessidade de abrigo e o início da sociabilidade, foram importantes fatores para a busca desses ambientes protegidos.Em cavernas por diversas partes no mundo – como Ásia, África e Europa-, foram encontradas pinturas rupestres, utensílios de barro e pontas de flechas, que confirmam a utilização desse ambiente como habitação dos antigos hominídeos. Muitas cavernas são também excelentes sítios paleontológicos, por terem servido de moradia por diversos animais que outrora habitaram este planeta.
Recentemente uma caverna foi vendida por milhões de dólares a uma família americana. A família se mudou para a caverna para tentar compreender como era a vida das pessoas antes das casas convencionais.
Na verdade, não existe só essa “Família das Cavernas”. Nativos da Melanésia, populações de Cashemira estão entre os povos que, ainda hoje, residem em cavernas e abrigos rochosos.

Anteparos



O anteparo é uma armação semicircular, provisória e muito frágil, que é feita com ramos, cascas ou lascas de árvores entrelaçadas, que serve de abrigo contra o vento. É de fácil transporte e construção rápida.
Era muito utilizada por caçadores e nômades, e hoje em dia ainda são utilizadas por alguns aborígenes ao redor do mundo, inclusive alguns índios brasileiros.

Tendas


A tenda possui uma forma cônica, feita de pele de animais e cascas de arvores, sustentada por varas.
São fáceis de armar e desarmar, por isso são as preferidas dos nômades e caçadores, além de protegerem contra o frio, a chuva, o sol e a neve.
Ainda são encontradas na Ásia e em algumas partes da América.


Cabanas


Foram muito utilizadas pelos povos sedentários.
São de todos os formatos e de todos os materiais disponíveis: pedra, Madeira, barro, e até excrementos de animais.
Por serem utilizadas por povos permanentes, são mais bem feitas e seu mobiliário depende muito da necessidade de seus habitantes.


Casas medievais

Séculos depois de se acostumarem a viver em conjunto, a maioria dos homens passou a querer fixar residências permanentes.
As casas medievais são em sua maioria, feitas de pedra bruta e rochas, e foram tão bem construídas que algumas cidades inteiras continuam de pé.
Suas pedras eram encaixadas umas nas outras e algumas eram prendidas com barro.

Casas da modernidade

Com a vinda das pessoas para a cidade surgiu uma certa “falta de espaço”, e os prédios surgiram para resolver o problema das habitações nessas cidades.
Tanto as casas quanto os prédios atuais são fabricados com os melhores materiais descobertos, com o objetivo de trazer conforto e segurança a seus donos.
As diferenças óbvias entre essas habitações e a do começo deste trabalho estão claras, pois hoje em dia para se obter o mínimo de conforto possível é necessário possuir bens materiais.
Com o capitalismo tudo é comerciável, e a terra que antes era livre, hoje é vendida por altas quantias. Sem contar que antigamente eram os próprios donos que as construíam, e hoje são feitas por terceiros.
Transportes

Os meios de transportes surgiram para facilitar a vida do homem.
Eles diminuíram o tempo de percurso que o homem levava para ir de um lugar ao outro, o que facilitou o meio de transporte de mercadorias.
O primeiro vestígio de transporte aparece no Mesolítico Escandinavo, como um tipo de canoa.
Os transportes são divididos em terrestres e aquáticos.

Transporte terrestre

Na época em que os homens se locomoviam a pé e descalços, algumas invenções como a sandália e a bota, proporcionaram proteção a seus pés. Depois, com a domesticação de animais, como cavalos e cães, o transporte de mercadorias deixou, em boa parte, de repousar sobre o homem e passou a ser problema dos animais de carga.
O mais antigo meio de locomoção inventado foi o trenó, descoberto no Mesolítico da Finlândia.  Ele era feito de tronco de árvores que eram escavadas. Depois de aprimorados eram também, utilizados certos instrumentos como sacos e cestas para transportar as mercadorias; além de um dispositivo que permitia ao transportador se apoiar comodamente: como almofadas para a cabeça, correias, tirantes, balanceio para os homens e selas, arreios, e seus acessórios para os animais.
A natureza do terreno comandava a escolha dos transportes por arrastamento ou rolamento. Ambos têm em comum o dispositivo de tração que atrela a carga ao homem ou ao animal.
Esses modos de transporte são frequentemente complementares. O carregamento não permite o transporte de cargas pesadas, mas, de todos os modos de transportes terrestres, é o mais independente da natureza do terreno. Os meios de transportes que podem se arrastar e rolar permitem que cargas mais pesadas possam ser carregadas, mas sua utilização depende muito mais da existência de pistas preparadas, superfícies cobertas de neve ou, pelo menos, itinerários relativamente livre de obstáculos.
O maior avanço dos transportes terrestres ocorreu com a invenção da roda, que permitiu a criação dos primeiros carros.

Transportes aquáticos

A navegação permite transportar a carga diretamente sobre a água, em uma jangada ou, mais frequentemente, uma embarcação.
Os primeiros transportes aquáticos utilizados pelo homem foram as canoas,as jangadas e balsas, que eram feitas de troncos de árvores.
O tamanho e a resistência variam muito. São de acordo com sua utilização, técnica de construção, e também meio em que será transportado: rios, lagos, mares.
A propulsão é assegurada pela corrente, pela tração humana, e pelas diferentes formas de remo e vela.
Assim como a roda revolucionou o transporte terrestre, o barco a vela revolucionou o transporte marítimo.
Recipientes

Como dito anteriormente, com o surgimento de meios de transportes, foi necessário certo objetos para que fossem acomodadas as mercadorias.
Frequentemente eram utilizadas trabalhos de cestaria e cerâmica, que foram inventadas muito antes dos meios de transporte.
Os mais antigos trabalhos de cestaria e cerâmica datam do Neolítico.
Cestaria

Os materiais utilizados são os mais diversos e entre eles se inclui o bambu, a taquara, palhas, folhas de palmeiras, e junco.
Nessa categoria não esta incluído somente o cesto, mas também as esteiras, as caniçadas e trançados decorativos.
Para se fazer qualquer desses trabalhos manuais não é necessário muitos instrumentos, mas sim, habilidade.
Possuem diferentes tamanhos, formas e utilidades. Podem ser para transportar mercadorias ou apenas decorativos.
Antigamente era trabalho exclusivamente feminino.

Cerâmica

A cerâmica substituiu a cestaria e os recipientes de pedra.
É necessário um pouco de técnica para sua confecção, para saber moldar a cerâmica.
É feita basicamente de argila, mas contem um pouco de areia ou calcário para dar liga. Pode ter diferentes tamanhos, formas e cores.
Sua utilização é bastante diversificada e pode inclusive, ter caráter religioso.
As primeiras peças encontradas datam do Neolítico.
Não se sabe ao certo se era uma atividade feminina ou masculina.
Armas

Desde as sociedades primitivas nossos descendentes já confeccionavam armas feitas de ossos e pedras. Eles as utilizavam tanto para atacar (conseguir uma presa), como para se defender (de outros animais).
Entre as primeiras armas que surgiram, que datam do período Neolítico, estão , porretes, machados e peças de arremesso.  Depois vieram as lanças, fundas, zarabatanas, e outras.
O arco e flecha era uma importante arma de arremesso utilizada na caça e para cortar, entra em cena a faca.
Esse utencilio primitivo, que era feito de pedra ou ossos, foi evoluindo com o tempo e transformou-se em punhais e espadas. Os antigos caçadores e guerreiros ja sabiam que poderiam lançar um projetil a distância para atingir a preza ou inimigo. Através da precisão e alcançe desses projeteis passou-se a usar fundas e arco e flechas.
Quando se fala em evolução do homem sobre a arma, um acontecimento histórico nao se pode esquecer: o surgimento da pólvora, fabricada pelos chineses a cerca de sete séculos. Poderosos canhões podiam lançar balas a distâncias inalcançaveis pelas flechas. Com o grande avanço tecnológico, os armamentos atingiram um poder de destruição assustador, e hoje bombas nucleares lançadas  sobre a terra são capazes de destruir cidades inteiras .
As armas atuais estao divididas em:
Arma branca

Arma branca - É uma arma que sirva para simples ataque, embora possa causar morte. Não são capazes de disparar projéteis. (Exemplos: bastões, facas, espadas, arco e flecha)
Arma de fogo





Armas de fogo - É uma arma capaz de lançar projéteis. (Exemplos: revólveres, pistolas, espingardas, metralhadoras)
Arma de efeito moral - É um ataque que cause um grande incômodo em uma pessoa, dificultando a reação desta. (Exemplos: barulhos altos ou luzes fortes)

Arma química - Gases ou elementos capazes de danificar o aparelho respiratório, ou até produtos líquidos.
Arma biológica - Doenças capazes de impor danos graves a um ser (Exemplos: vírus, carbúnculo)









Daniele Niki
Nurian Carla

A história do jornal impresso, no mundo, no Brasil, no Mato Grosso do Sul e em Dourados.

1. O Surgimento do Papel
Antes do surgimento do papel os egípcios já usavam um material parecido com o papel chamado Papiro, que era uma planta que após um processo virava uma espécie de folha. Alem do papiro também era usado como papel o Pergaminho, que era couro tratado para receber a escrita.
O papel é original da China, porém não se sabe quem ao certo o inventou. Tsa-Loun, em 105 d.C., dizem que foi o inventor do papel, mas, há indícios de que havia papel antes dele. No inicio na China o papel era usado como cortina e era usado tecido como papel, até depois que foi invertido para como é hoje.
Tempo depois o comércio do papel começou a crescer na região próxima a China, mas sua fabricação demorou mais a chegar aos outros países.
No século VIII foi montada a primeira fabrica de papel no Uzbequistão e isso porque depois de uma guerra os árabes, que tinha ganhado, levaram alguns chineses de reféns e dentre eles haviam alguns papeleiros que os ensinaram a fabricar o papel. E isso fez com que o comércio do papel se estendesse pelo território islâmico.
Cerca de um milênio e meio demorou para o papel chegar a Europa, porém, não se sabe ao certo onde e nem quando ele chegou. 

2. Tipografia
A palavra Tipografia é uma junção de duas palavras gregas que são tipo que significa tipo e grafo que quer dizer escrevo, registro. Então tipografia quer dizer Técnica de escrever com tipos.
Por volta de 1450 a impressão foi inventada por Johan Gutenberg, mas, em alguns países como a China e Japão a impressão já era praticada através de carimbos. A impressão começa a se espalhar pela Europa, em alguns países o processo é mais lento.
Tempo depois foi feita prensas de madeira, em que se esculpia o que era para ser impresso e depois jogava fora o molde quanto à impressão estava finalizada. A invenção da matriz metálica permitiu um desenvolvimento maior da impressão, por permitir um numero maior de linguagens gráficas.
A tipografia passou por muitas mudanças até chegar a uma matriz que fosse mais prática, que pudesse fazer varias tipos de textos em uma mesma forma.

2.1 Cartas
Um dos elementos que ajudou na criação do jornal impresso foi às cartas. Elas surgiram para ser um meio de comunicação entre as pessoas e um meio de saberem das noticias de outras cidades. Os artistas intelectuais usaram o correio como forma de saberem sobre a evolução da arte.
Os chefes de correio da época não eram muito confiáveis por abrirem as cartas, isso era uma cultura que passava de pai para filho, de outro para saber o que havia nelas e depois lacrarem como se nunca tivesse sido aberta.
Antes de virem os jornais, as cartas que eram o meio de noticias das pessoas, era costume circular a noticia da carta de boca em boca e até serem lidas em praça pública. Com isso surgiu a gazeta manuscrita que era a junção do conteúdo das cartas em uma única folha.

3. Jornal impresso no mundo

Não se sabe ao certo qual foi o primeiro jornal impresso no mundo, pois existem divergências sobre o que se deva entender por um jornal.
Alguns pesquisadores afirmam que o primeiro jornal impresso seria o semanário “Noviny poradné celého mesice léta 1597”, editado em Praga por Daniel Sedltchansky. Para outros seria o “Niewe Tijdinhen”, criado na Antuérpia, Bélgica, por Abraão Verhoeven em 1605.
Wally Hastings diz que “Mercurius Gallobelgicus” feito na Colônia em 1592 foi o primeiro periódico impresso. Já Carolina Galassi afirma que teria sido o francês “La gazette“, de 1631.
Recentes descobertas afirmam que o primeiro jornal teria aparecido em 1605, na cidade de Estraburgo, com o nome de “Relation”.
Relation foi descoberto por museólogos e foi reconhecido pelo Museu de Gutemberg. Segundo pesquisadores, o editor do Relation era Johann Carolus, que começou escrevendo à mão folhas de noticias enviadas por colaboradores pagos por ele. Em 1604, comprou uma prensas usada de uma viúva de um impressor. Um ano depois surgia assim o jornalismo impresso com suas características básicas atuais: atualidade, periodicidade e reprodução em cópias.
Enfim, encetado o rumo, o jornal impresso ganhou o mundo e introduziu-se em outros lugares: Inglaterra (1622), Itália (1597), Florença (1636), Roma (1640), Gênova (1642), França (1631).
Na América, o primeiro jornal coube às Colônias Britânicas; na América espanhola lidera em antiguidade a “Gaceta de México” (1722); na américa portuguesa o jornalismo só teria inicio em 1808.
Os jornais mais antigos ainda em circulação são: Post och Inrikes Tidningar (Suécia, 1645), Haarlems Dagblad (Holanda, 1656), La Gazetta di Mantova (Itália, 1664), The London Gazette (Reino Unido, 1665) e Wiener Zeitung (Áustria, 1703).
Atualmente os países com maior circulação diária são os Estados Unidos, a União Soviética e o Japão.
4. Jornal impresso no Brasil

O primeiro jornal impresso no Brasil foi publicado por volta de 1808 no Rio de Janeiro com a chegada da corte real português. A família Real tinha grande influência nas noticias publicadas no jornal Gazeta, na época a imprensa era totalmente censurada, assim fazendo que seus leitores acreditassem em tudo que fosse divulgado a favor da corte real. Também a relatos que foi lançado em Londres, o jornal “Correio Brasilense”, antes de ser publicado o jornal gazeta. Este jornal foi trazido clandestinamente para as terras brasileiras, sendo o primeiro a circular, sua ideologia era mostrar a realidade sobre os maus governantes para seus leitores. Totalmente ao contrario do jornal gazeta, pois suas intenções eram camuflar a realidade.
Nos dias de hoje, o jornal impresso cresceu 5% no Brasil de acordo com as estatísticas, porém ele sempre vem passando por algumas dificuldades, isso desde o seu surgimento, pois a outros meios de as notícias serem divulgadas, e com acesso mais rápido, assim como a rádio e a televisão que hoje em dia é uns dos meios de comunicação que abrange todas as classes sócias. A internet também é um meio em que a comunicação usa para divulgar suas notícias, porém ainda, não é um meio em que atinge de uma forma geral todas as classes sociais, já o jornal impresso é acessível para todos os níveis sociais.
Sempre, ouvimos falar sobre o desaparecimento do jornal impresso, porém muitos acreditam que é muito difícil que ele desapareça, pois seria menos um meio de que as notícias seriam divulgadas, de maneira que não chegaria ao conhecimento de todos. Certamente com tantos meios que a mídia encontra para divulgar suas noticias, o jornal impresso terá algumas modificações, como podemos constatar eles estão trazendo material diferenciado e sempre tentando atender a diversidade de seus consumidores.

5. Jornal Impresso no Mato Grosso do Sul
A partir da década de 70 no estado do Mato Grosso do Sul começa a surgir os meios de comunicação como: jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão. Isso tudo em decorrência do crescimento populacional no território, que foi dividido pelo presidente Ernesto Geisel assina o Decreto-Lei 31 que criou o estado com 55 municípios, divido em 11 de outubro de 1977.
A concentração maior de empresas jornalísticas na época, era na capital Campo Grande que possuía uma população de 200 mil habitantes. Nessa época, existiam jornais impressos em alguns municípios do estado, mas a maior concentração de empresas jornalísticas encontrava-se em Campo Grande, os dois jornais diários eram: Correio do Estado e Diário da Serra.
O primeiro jornal impresso criado no estado foi o jornal O Progresso, fundando em 1920 na cidade de Ponta Porã pelo advogado e jornalista José Passos Rangel Torres. O jornal era publicado quinzenalmente, seu primeiro exemplar foi lançado em 22 de fevereiro de 1920.
Em 1930, dez anos após sua criação o jornal foi obrigado a fechar as suas portas, segundo informações, a família foi ameaçada por políticos da região, e Rangel Torres resolveu parar com as publicações para proteger seus filhos.
.Weimar Torres, filho de José Passos Rangel Torres, reabriu o jornal O progresso em 21 de abril de 1951, na cidade de Dourados. Weimar nasceu na cidade de Ponta Porã em 1922, desejava ser advogado como o pai, em busca do seu sonho foi para o Rio de Janeiro e formou-se em Direito, na faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Em 1948, Weimar Torres torna-se o primeiro advogado da cidade de Dourados-MS.
O jornal O progresso era semanário com circulação aos sábados e colaborou muito para o desenvolvimento da cidade de Dourados. As noticias eram sobre os acontecimentos e eventos realizados na cidade, as fotografias só foram publicadas a partir do ano de 1954. Tornou-se um jornal diário a partir de 1976, e em 1976 foi implantada a impressão colorida.
Hoje o jornal O progresso é comandado por três mulheres, Adiles do Amaral Torres, diretora-presidente; June Ângela do Amaral Torres Oliveira, diretora- executiva e Blanche Maria Torres, diretora-superintendente. June e Blanche são filhas de Weimar Torres.
A seguir alguns do principais jornais do Mato Grosso do Sul: são jornais de Campo Grande: A Critica, A Tribuna, Correio do Estado, Folha do Povo, Jornal de Domingo, Jornal O Mercado, Popular, O Estado de MS; jornal de Aparecida do Taboado: Jornal do Bolsão; jornais de Aquidauana: Noticias do Estado e O Pantaneiro; Jornal de Camapuã: Ultima Hora; jornal de Corumbá: Correio de Corumbá; jornais de Dourados: Diário MS e O Progresso; Jornal de Jardim: Tribuna Popular; jornal de Mundo Novo: Jornal o Liberal; jornal de Ponta Porá: Jornal da Praça; jornal de Rio Brilhante: Jornal de Rio Brilhante; jornais de Três Lagoas:Hoje Ms e Jornal do Povo.

6. História do Jornal impresso em Dourados

O primeiro jornal que circulou em Dourados, foi em 1926, chamava-se “JANDAIA”, seu responsável era Arnulfo Fioravant. Era impresso em Campo Grande, porém teve vida curtíssima porque logo nas primeiras edições um leitor não gostou de um artigo, e fez um escândalo.
O segundo jornal foi “O DOURADENSE”, em maio de 1948, sob a direção de Armando Carmelo. Era também impresso em Campo Grande, mas não tinha muita regularidade, sua ultima edição circulou em 1950.

O Progresso
Em 21 de abril de 1951, os douradenses ganham o primeiro jornal impresso em Dourados, “O PROGRESSO”, sob a direção de Weimar Torres. A instalação da tipografia, pertencente à Naurestides Brandão, se deu graças a um auxilio da prefeitura de CR$ 8.000,00.
Despertando no povo o início de um novo tempo de mudanças. Que em sua primeira edição traz a manchete que em breve teria energia elétrica e uma emissora de rádio.

“Até o surgimento de O PROGRESSO o povo da época praticamente desconhecia a boa perspectiva de transformações. Muitos também não tinham conhecimento da potencialidade que Dourados poderia representar no futuro, pois até então não haviam publicações desta visão da capacidade de crescimento da cidade, por falta de um veiculo de comunicação.
Na linguagem da época, dentro das previsões lógicas O PROGRESSO tira Dourados da condição de uma tímida e pouco explorada cidade, elevando-a para um dos principais municípios do então Estado de Mato Grosso. ‘De uma terra inexpressiva e esquecida, passa Dourados a ser uma das regiões mais famosas da Pátria. Gente de toda parte se instala no município para explorar suas magníficas matas. Mais de 400 pessoas chegadas depois do recenseamento, grande vendas de terra, cinema, luz elétrica, linha de aviões diários, loteamento em massa, mais e mais casas de comercio, valorização acelerada dos imóveis, cafezais, produção imensa de algodão e cereais, instalação de grandes serrarias: um instantâneo poliformico de uma realidade, havia aqui, há alguns anos, poucos moradores dedicados exclusivamente a criação de gado e a exploração da erva mate nativa. As grandes matas de perobais e outras madeiras de lei eram desprezadas e inúteis.’, diz trecho do texto” (CORDEIRO, 2005, p.02)

Weimar vítima de um acidente aéreo morre em 14 de setembro de 1969, deixando viúva Adiles do Amaral Torres, que hoje é diretora de O Progresso.

Em 1953, circulou em Dourados o semanário esportivo e noticioso, “A CIDADE”, que desapareceu pouco tempo depois, era impresso na cidade, na tipografia de Demosthenes Palieraqui.
Em 1955, circulou o “JORNAL DE DOURADOS”, sob a direção de D’ Almeida e João Augusto Capilé Junior. Era impresso em Campo Grande, pertencente a uma cadeia que se organizava no estado, porem não atingiu a terceira edição.
Entre 1955 e 1956, “A VOZ DO SUL”, órgão da União Democrática Nacional foi distribuído em Dourados.
Em 1955, “A LUTA”, dirigido pelo deputado Wison Dias de Pinho, apareceu durante a campanha eleitoral para o governo do estado.
Em janeiro de 1958, surgiu o “JORNAL DE DOURADOS”, sob a administração de Antonio Tonanni e José Floriano de Freitas. Impresso com regularidade, na gráfica N. S. Aparecida.
Em 1960, Dourados tinha dois pequenos órgãos “A VOZ DA JUVENTUDE”, órgãos dos alunos do Ginásio Estadual Presidente Vargas e o Boletim do Lion’s Clube.
O Jornal “O ROLO”, foi criado em novembro de 1959, tentando inovar a imprensa com os jornais enrolados imitando os papiros antigos.
A “GAZETA DO SUL” teve seu primeiro numero em vinte de dezembro de 1965.
Entre as décadas de 1970 até o final da de 1980, existiram vários jornais em Dourados, porem não se sabe ao certo quando pararam de circular, entre eles: “TRIBUNA DO POVO” criado em 1970; o “JORNAL DA PRAÇA” de 1978 e “O PANORAMA” em 19 de agosto de 1979.
Em 1978, o jornal “CORREIO DO ESTADO”, instala sua sucursal em Dourados, pois já tinha desde 1976, seu correspondente na cidade, Cícero Faria. É distribuído até hoje.

Diário MS
O jornal Diário MS, teve sua primeira edição circulada em 15 de setembro de 1993, com o nome de Diário do Povo. Mas antes disso teve três semanários, Panfleto, Jornal do Vale e Zangão.
Em 13 de dezembro de 2000, por causa de uma “marca” homônima em Campinas (SP), é veiculado pela primeira vez ao publico o “Diário MS”, nome criado pelo diretor Vitoriano Carbonera, assim dando a dimensão abrangente de grande parte do estado, 80%.
 Em 20 de dezembro de 2000, foram inauguradas as instalações e seu parque gráfico, em novo endereço. E em 2008, o jornal passa a produzir sob nova direção, Sandro Ricardo Barbara e Alfredo Barbara Neto.

Há um jornal criado em 2006 pelos indígenas, AJINDO; também o da UFGD(Universidade Federal da Grande Dourados), 2005, e outros veiculados a públicos específicos.
Em Dourados ainda circulam, o semanário “GAZETA POPULAR”, sem periodicidade, e em agosto de 2005, voltou a circular o “FOLHA DE DOURADOS”.


Referências Bibliográficas

Costella, Antonio F. COMUNICAÇÃO: DO GRITO AO SATÉLITE, Campos do Jordão, SP : Editora Mantiqueira, 2002, 5 ed.

MOREIRA, Basílico. História do Jornalismo em Dourados. In: MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória Fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS, 1990.     p. 116.

MOREIRA, Regina Heloiza Targa. Memória Fotográfica de Dourados. Campo Grande: UFMS, 1990. p. 117 – 119.

CORDEIRO, César. 1951: Jornal anunciou em cobrou progresso. O PROGRESSO, Dourados, 21/04. 2005. Caderno Especial de Aniversário. p. 02.

XAVIER, Cláudio. O início de tudo. DIÁRIO MS, Dourados, 15/09. 2005. Caderno Especial de 15 de setembro de 2005. p. 01.

BARBARA NETO, Alfredo. O Progresso defende união. DIÁRIO MS, Dourados, 15/09. 2005. Caderno Especial de 15 de setembro de 2005. p.03.

Acervo do museu histórico de Dourados

IMPRENSA, Buraco da. O Surgimento do Jornalismo Impresso. Disponível em: <www.facom.ufba.br/com112_2001_2/buracodaimprensa/subhistimp.htm>. Acesso em: 26 de março de 2009



Trabalho realizado por: 

Daniele Niki
Eduarda Rosa
Filipi Prado
Letícia Valdez
Núrian de Oliveira


Guia do Empreendedor

              Dicas e passo a passo para quem deseja ter seu próprio negócio


Daniele Niki

Quem nunca desejou abrir seu próprio negócio e ganhar muito dinheiro? Pena que as coisas não são tão fáceis assim, e para a abertura de uma empresa, muitos pon­tos devem ser levados em consideração. É possível que seu futuro em­preendimento se torne um meio de reali­zar seus dese­jos pessoais e profissionais, mas não basta ter uma boa idéia. Para ter um negócio de sucesso é necessário ter um planejamento a ser seguido, para que sua em­presa se torne lucrativa no menor tempo possível.
Emerson de Medeiros Dias (SEBRAE).
A primeira etapa que o empreendedor deve realizar é fazer um plano de negócios, que será seu primeiro contato com o mudo empresarial. “At­ravés do plano de negócio será possível conhecer o próprio empreendimento e a disponibilidade de mercado”, afirma o ges­tor de varejo do Serviço de Apoio às Micro e P e q u e n a s Emp r e s a s (SEBRAE), Emerson de Me d e i r o s Dias. 
N o plano de n e g ó c i o s você irá jun­tar todas as informações que a sua empresa precisa para se manter. Ele tem a função de coordenar e orientar a futura empresa para que o empreendedor não acabe gastando mais do que lucra. Alguns obje­tivos do plano de negócios são: definir o ramo da em­presa; saber qual o produ­to ou serviço será disponi­bilizado; quem serão os possíveis clientes; buscar informações sobre for­necedores e concorrentes; qual será a localização e o investimento; o perfil dos funcionários, formas de legalização e finalmente qual o possível lucro que da empresa.

Ramo
A escolha do ramo do negócio deve ser base­ada nos conhecimentos do empresário, ou seja, com o que a pessoa sabe e está apta a fazer. “Os gostos pessoais devem influenci­ar na escolha do ramo para um negócio, pois se deve levar em conta ter paixão e dedicação pelo que faz, para que o negócio produ­za”, afirma Emerson Dias.
Emerson Dias afirma que alguns ramos como: açougues, agên­cias de viagens, conserto de eletrônicos, consul­toria empresarial, conta­bilidade, lavanderia e supermercado têm alto potencial na Região de Dourados.
Produto ou serviço
Segundo o admin­istrador René Pleutim, cada ramo de um negócio possui vários seguimen­tos, como o caso de uma empresa de alimentos que pode escolher trabal­har com um determinado produto. Colher o máximo de informações possíveis sobre os concorrentes e definir seus pontos fortes e fracos ajuda na escolha dos produtos e serviços oferecidos.
Clientes
Um levantamento ajuda na hora de definir o público alvo. Se forem homens, mulheres, jov­ens, adultos, qual a faixa etária, enfim.
Local
A localização é um dos pontos principais de uma empresa. “O ideal é que o local seja perto dos clientes e dos fornece­dores, para agradar o pú­blico e diminuir o preço do frete”, afirma René Pleutim. Quanto maior for o preço para o transporte dos produtos maior será preço do produto em si.
Antes da escolha do local para seu negócio alguns pontos devem ser levados em consideração, como as condições do im­óvel e as possibilidades de adaptá-lo para a atividade pretendida. Se o imóvel for alugado, negocie valor e prazo de vencimento e verifique se os impostos como IPTU, se o local re­speita a lei de zoneamento etc.
É importante lem­brar que toda empresa precisa de um Alvará de Funcionamento, que autoriza o exercício da atividade que a empresa irá realizar. Se a empresa realizar atividades rela­cionadas à saúde, ainda é necessário um alvará da Vigilância Sanitária.
Concorrentes e for­necedores
Para levantar in­formações sobre concor­rentes e fornecedores, é necessário o levanta­mento de informações que podem ser colhidas pessoalmente ou através da internet. Alguns sites como www.sesconms.org. br e www.ms.sebrae.com. br são excelentes fontes de dados.
Uma maneira sim­ples de identificar a con­corrência é realizando uma pesquisa de mercado. Você pode começar com uma lista telefônica com endereço e número das empresas que atendem o mesmo público – alvo que o seu negócio. Visitar os locais concorrentes tam­bém é uma forma de fazer levantamento e pode ser considerada uma forma bastante eficaz de desco­brir os pontos fortes e fra­cos da concorrência. Alguns pontos que dever ser considerados ao avaliar a concorrência são: a qualidade e o valor do produto, a localiza­ção (se é de fácil acesso, possui estacionamento), quais as formas de publi­cidade utilizadas, etc.
Funcionários
“O sucesso de uma empresa depende do tra­balho em conjunto”, diz René Pleutim. Para o ad­ministrador de empresas, o empreendedor tem que ter uma relação de confi­ança e amizade com seus funcionários, sempre procurando incentivar sua equipe. É bom lembrar que com o plano de negó­cios é possível definir o perfil e a quantidade dos funcionários que serão contratados.
Para evitar futuros problemas é essencial le­galizar sua empresa res­peitando as leis. Um contador é muito útil para resolver a parte burocráti­ca.

Investimento
Depois de ter col­hido todos os dados necessários para a ab­ertura de sua empresa, você terá uma boa base de quanto terá que investir para que sua empresa comece a funcionar, e caso não possua o dinhei­ro poderá encontra formas para conseguir tal quantia.
O economista e professor, Carlos Alberto Vittorati, que possui 25 anos de experiência na área, afirma que a maioria dos empresários não pos­sui dinheiro para investir em seu negocia e acabam fazendo empréstimos e compras a prazo. “O ideal é sempre comprar à vista, para economizar em ju­ros. O problema é que, na maioria das vezes, as pessoas e as empresas não dispõem de tais condições e, se sujeitam a efetivar­em compras a prazo. É o chamado mal necessário”, afirma Vittorati.
Carlos Vittorati ainda explica que cada atuação econômica pre­cisa ser planejada e, em seguida, programar o que se irá fazer com cada cen­tavo de dinheiro disponi­bilizado para a atuação econômica da empresa. Nos tempos atuais, uma única coisa é certa: não se pode jogar irresponsavel­mente com dinheiro. Todo centavo precisa ser corret­amente aplicado, sob pena de se inviabilizar qualquer negócio, por mais promis­sor que o mesmo seja. Em seguida, é preciso esta­belecer metas para que a empresa as atinja.
Lucro
Não se pode prever um prazo certo para que os lucros comecem a aparec­er, mas o empreendedor deve ficar de olho no fluxo de caixa para saber se não está gastando mais do que lucrando.
Quando a empresa não conseguir obter saldo suficiente para pagar suas despesas, o empreend­edor terá que se sujeitar a empréstimos, mas fique atento para não acabar esgotando suas reservas pessoais e acabar endivi­dado.
Carlos Vittorati ex­plica que se o negócio possuir boas perspectivas planejá-lo melhor e bus­car capital de giro em­prestado para solucionar a dificuldade momentânea pode ser uma solução. Mas se não existem sóli­das perspectivas futuras, é melhor fechar o negócio antes que o endividamen­to cresça.

5 de novembro de 2010

FOLCLORE : a importância do Curupira

Daniele Niki

Você sabe o que é folclore?
Folclore foi uma palavra criada pelo arqueólogo inglês William John Thoms, por volta de 1840, que juntou as palavras “folk” (povo) e “lore” (saber), significando então o saber do povo. É ciência das tradições, dos costumes e das artes populares; conjunto das tradições, das lendas, dos cantos e dos poemas de um país ou região (LIMA, 1985, p. 9).
Agora que você sabe o que é folclore, você tem idéia do por que ele ser tão importante para a educação, principalmente das crianças?
Segundo a pedagoga Miriam Brum Arguelho, o Ministério da Educação exige que o folclore seja trabalhado principalmente com crianças do ensino infantil e fundamental por estar intimamente ligado a outras disciplinas, como artes, ciências sociais e literatura, além de ser uma forma de incentivar a criatividade. “Com as danças, brincadeiras e lendas do folclore as crianças estimulam a imaginação e aprendem certos valores, pois cada uma dessas antigas lendas e mitos tem uma moral a se transmitir”- afirma Miriam Arguelho.
A dona de casa Vera Gema Milani afirma que passou diversas lições de disciplinas através de antigas lendas e mitos, que sua avó havia lhe ensinado. “Eu conto a meus netos o que minha avó me contava, sobre como devemos cuidar das nossas matas porque senão o curupira se vinga”, afirma Vera Gema.
O professor de história Gustavo Bittus afirma que as lendas atraem a atenção das crianças por serem criaturas mágicas criadas da imaginação popular. O professor de história ainda fala que quando as pessoas pensam em lendas as primeiras personagens que vêem a mente são saci, curupira e mula-sem-cabeça. “Muitas pessoas não conhecem as lendas de sua própria terra, como a do pé de garrafa e do minhocão”. Outras lendas como a do João de barro, a do Tuiuiú, Negro d’água, Come Língua, Dono dos Porcos, Pai do Mato, Sinhozinho,Santo que fugia, são lendas criadas no Mato Grosso do Sul, que a maioria das pessoas não tem conhecimento.

Lendas do MS
O Pé de Garrafa
Diz a lenda que o Pé de Garrafa é um bicho homem, cujo corpo é coberto de pêlos, exceto ao redor do umbigo, que tem a coloração branca, ponto que lhe é vulnerável. Possui um pé no formato de um fundo de garrafa, motivo esse que faz com que se locomova aos pulos, como se fosse um canguru, deixando no chão, um rastro com marca de fundo de garrafa. Solta fortes assobios para comunicar que é dono do território, podendo até hipnotizar aquele que se atreve a encará-lo. A vítima que é pega pelo Pé de Garrafa ou tem sua alma aprisionada em seu pé ou é devorado pelo monstro. As únicas formas de fugir da criatura são atravessando um ponto de água corrente ou acertando o umbigo do monstro.

Minhocão
A lenda sobre a existência do Minhocão é uma das mais conhecidas em todo Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O minhocão trata-se de um monstro que vive nos rios, que ataca barcos à noite, e faz imenso barulho, agitando as águas e causando horror aos pescadores. Contam também que o bicho derruba a barranca do rio para perseguir aqueles que o enxergam.

João de Barro
O conto do João de Barro tem duas variantes. A primeira conta que um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento e o pai dela perguntou: - Que provas pode dar da tua força para pretenderes a mão da moça mais formosa da tribo? - As provas do meu amor! - respondeu o jovem. O velho gostou da resposta, mas achou o jovem muito atrevido. Então disse: - O último pretendente de minha filha falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia. - Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei. Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite, vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo, para ser o seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai: - Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer. O velho respondeu: - Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece. E esperou até a última hora do nono dia. Então ordenou: - Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé. Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilhavam e seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados, ainda, quando o jovem, ao ver a sua amada, se pôs a cantar, como um pássaro, enquanto o seu corpo, aos poucos, ia se transformando em um corpo de pássaro. E exatamente naquele momento os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em pássaro. Então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta, onde desapareceu para sempre. Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro João-de-barro. A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem a sua casa e protegem os seus filhotes (CASCUDO, 2002, p. 26).
Já o conto popular afirma que o pequeno pássaro constrói a sua casa colocando a porta ao lado oposto à chuva, e caso sua companheira o traia ele a tranca dentro da casa para sempre.

Tuiuiú
“A história do tuiuiú é uma das mais interessantes”, afirma Gustavo Bittus. As aves eram alimentadas por um casal de índios que, depois de mortos, foram enterrados no local onde costumava alimentá-las. Os tuiuiús, em busca de alimentos, ficam sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal, esperando que de lá saíssem algumas migalhas para alimentá-los. Como isso não acontece, ficavam cada vez mais tristes, olhando em direção ao chão. É por esse motivo que os tuiuiús parecem estar sempre tristes, olhando em direção ao solo.

Come língua
Gustavo Bittus explica que o Come língua é uma variante da lenda do Araguaia, trazida pelos goianos. Trata-se de um bicho que vive a arrancar a língua dos animais, que são encontrados mortos no pasto, sem vestígios de ataques de outros animais. Em Mato Grosso do sul, o mito apresenta-se de forma de um menino-bicho. Quando vivia, o menino era mentiroso e sua mãe, antes de morrer, rogou-lhe uma praga. Tempos depois, o menino foi encontrado morto e sem língua. Numa ocasião, um fazendeiro encontrou um gado morto no pasto e viu correr, no meio da mata, o menino com uma língua ensangüentada nas mãos verificando que o gado não mais possuía língua.

Sinhozinho
 A lenda do Sinhozinho, segundo o professor de história Gustavo Bittus, é uma das mais conhecidas da região. “Ela gira em torno da região de Bonito, onde um frei pregava ensinamentos por volta de 1930, e desapareceu misteriosamente”. Diz à lenda que o frei havia selado com suas cruzes, uma cobra gigantesca em um dos morros da cidade, e que se a cobra for solta devorará todos os moradores da região.